Por: Natália de Oliveira, Do G1 Sorocaba e Jundiaí
Igrejas de diversas crenças irão se reunir na noite desta quarta-feira (26) para defender a permanência do totem com mensagem religiosa instalado no acesso à rodovia José Ermírio de Moraes, conhecida como "Castelinho" (SP-75), em Sorocaba (SP). O juiz José Eduardo Marcondes Machado determinou nesta terça-feira (25) a retirada da placa do local com a justificativa de que fere o direito fundamental à liberdade de crença, estabelecido na Constituição Federal.
O universitário Frederico Salomão, 31 anos, que está entre os organizadores da ação, conta que além da sua igreja, a Renascer, outras também confirmaram presença no evento, que está marcado para começar às 23h, em frente ao totem. "Já temos a confirmação da Igreja Católica, da Bola de Neve, da Batista Independente e da Assembléia de Deus", conta.
Para eles, a justificativa usada para a retirada da placa não é válida por não representar a opinião da maioria dos sorocabanos. "Então, que façam um plebiscito para saber se a maioria concorda com a decisão.
Porque, assim, eles vão ver que nós queremos a manutenção da placa. O Estado pode ser laico, mas não é ateu", justifica.
Ao todo, os organizadores esperam 500 pessoas na vigília desta noite. A programação do evento será semelhante a um culto. "Vamos fazer uma vigília cristã mesmo. Vamos falar da história do totem para as pessoas que estiveram lá e não conhecem a história, vamos cantar, louvar ao Senhor. Fazer um verdadeiro culto a céu aberto."
Os cristãos comunicaram a Guarda Civil Municipal sobre a movimentação que irá ocorrer no acesso à Castelinho, para que guardas acompanhem o evento, auxiliando no trânsito no local. "Não queremos e nem vamos causar tumulto, só queremos nos manifestar e mostrar que não estamos de acordo com a decisão da retirada do totem", finaliza Salomão.
Polêmica na cidade
A decisão da Justiça repercutiu negativamente entre os cristãos. Para muita gente, retirar a placa, que há oito anos está instalada na principal entrada da cidade, é uma determinação desnecessária. O pedido para que a prefeitura retire a placa com os dizeres "Sorocaba é do Senhor Jesus Cristo" foi feito no ano passado por dois estudantes de Direito.
A partir disso, o promotor José Alberto Marum começou a pedir informações ao município e segundo ele, até agora, ninguém sabe dizer quem autorizou a instalação do totem. Com base na constituição, o promotor moveu uma ação e a Justiça aceitou o pedido. "Nos pedimos a retirada da placa por dois motivos específicos. O primeiro porque não houve autorização formal para a sua colocação no espaço público e, em segundo lugar, por causa da mensagem da placa, que diz que Sorocaba pertence a alguém, e isso não pode ser permitido", explica.
A prefeitura tem dez dias para retirar a placa e se não fizer isso tem de pagar uma multa de R$ 1 mil por dia. Na decisão, a Justiça também proíbe a instalação de novas placas - independentemente da religião -, em qualquer espaço público da cidade.
A Secretaria de Governo e Segurança Comunitária informa que por se tratar de uma sentença em primeira instância estuda a possibilidade de recorrer da decisão.
O presidente do Conselho de Pastores de Sorocaba, Eduardo Bortolossi, comentou a decisão da Justiça. "O marco quando foi colocado na cidade representou a fé da maioria. Nós entendemos que o marco não é da igreja evangélica, tanto que naquele dia tinha representantes da igreja católica e evangélica, representando os cristãos da cidade. A nossa ideia é que o monumento seja mantido", conta.
A mesma opinião tem o padre Tadeu Rocha Moraes, pároco da Catedral Metropolitana. Ao saber da decisão da Justiça, ele lamentou. Para o padre, os dizeres da placa não desrespeitam nenhuma religião. "Eu acho que é uma presença muito significativa na vida de todos nós. E uma outra coisa, quanto tempo se perde com uma coisa tão sem importância, enquanto há pessoas morrendo de fome, que não têm assistência nos postos de saúde, sem escola. Autoridades e cidadãos se desgastando com bobagens, com algo tão insignificante", opina o padre.
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